26 janeiro 2011

O Chamado do Alto

Se Deus tem chamado você para que seja verdadeiramente como Jesus com todas as forças de seu espírito, Ele o estimulará para que leve uma vida de crucificação e de humildade e exigirá tal obediência que você não poderá imitar aos demais cristãos, pois Ele não permitirá que você faça o mesmo que fazem os outros, em muitos aspectos.

Outros, que aparentemente são muito religiosos e fervorosos, podem ter a si mesmos em alta estima, podem buscar influência e ressaltar a realização de seus planos; você, porém, não deve fazer nada disso, pois, se tentar fazê-lo, fracassará de tal modo e merecerá tal reprovação
por parte do Senhor, que você se converterá em um penitente lastimável.
Outros poderão fazer alarde de seu trabalho, de seus êxitos, de seus escritos, mas o Espírito Santo não permitirá a você nenhuma dessas coisas. Se você começar a proceder dessa forma, Ele o consumirá em uma mortificação tão profunda que você depreciará a si mesmo tanto quanto a todas as suas boas obras.

A outros será permitido conseguir grandes somas de dinheiro e dar-se a luxos supérfluos, porém Deus só proporcionará a você o sustento diário, porque quer que você tenha algo que é muito mais valioso que o ouro: uma absoluta dependência Dele e de Seu invisível tesouro. O Senhor permitirá que os demais recebam honras e se destaquem, enquanto mantém você oculto na sombra, porque Ele quer produzir um fruto seleto e fragrante para Sua glória vindoura, e isso só pode ser produzido na sombra.

Deus pode permitir que os demais sejam grandes, mas você deve continuar sendo pequeno; Deus permitirá que outros trabalhem para Ele e ganhem fama, porém fará com que você trabalhe e se desgaste sem que nem mesmo saiba quanto está fazendo.

Depois, para que seu trabalho seja ainda mais valioso, permitirá que outros recebam o crédito pelo que você faz, com o fim de lhe ensinar a mensagem da cruz: a humildade e algo do que significa participar de Sua natureza.

O Espírito Santo manterá sobre você uma estrita vigilância e, com zeloso amor, lhe reprovará por suas palavras, ou por seus sentimentos indiferentes, ou por malgastar seu tempo, coisas essas que parecem não preocupar aos demais cristãos. Por isso, habitue-se à idéia de que Deus é um
soberano absoluto que tem o direito de fazer o que Lhe apraz com os que Lhe pertencem e que não pode explicarlhe a infinidade de coisas que poderiam confundir sua mente pelo modo como Ele procede com você. Deus lhe tomará a palavra; e se você se vende para ser Seu escravo
sem reservas, Ele o envolverá em um amor zeloso que permitirá que outros façam muitas coisas que a você não são permitidas. Saiba-o de uma vez por todas: você tem de se entender diretamente com o Espírito Santo acerca dessas coisas, e Ele terá o privilégio de atar sua língua, ou de colocar algemas em suas mão ou de fechar seus olhos para aquilo que é permitido aos demais. Entretanto, você conhecerá o segredo do reino. Quando estiver possuído pelo Deus vivo de tal maneira que se sinta feliz e contente no íntimo de seu coração com essa peculiar, pessoal,
privada e zelosa tutoria e com esse governo do Espírito Santo sobre sua vida, então haverá encontrado a entrada dos céus, o chamado do alto, de Deus.

AW Tozer

15 janeiro 2011

Adotando a cortesia

Chuck Colson

Você já ouviu alguém dizer algo como “Estou farto de atitudes politicamente corretas”. E então, como se para provar o que está tentando dizer, essa mesma pessoa usasse designações ofensivas para descrever outras pessoas? Ou talvez você tenha notado que aqueles que muitas vezes denunciam expressões de ódio são os primeiros a rotular outra pessoa de intolerante?
O que é que foi que aconteceu com a cortesia — ou eu diria civilidade — no debate público?
Olha, essa é a pergunta que minha amiga Gina Dalfonzo explora em seu artigo “The Lost Virtue of Courtesy” (A Virtude Perdida da Cortesia) na Christianity Today Online. Ela comenta que no livro “Mere Christianity” (Cristianismo Puro e Simples), C. S. Lewis descreveu cortesia como a ideia “de que ninguém dê nenhum tipo de preferência para si mesmo”. Cortesia, escreveu ele, é uma das marcas distintivas de uma “sociedade plenamente cristã”.
Mas como Gina explica, numa sociedade pós-cristã como a nossa, “eu em primeiro lugar” significa “todas as outras pessoas em segundo lugar”. Quando as pessoas se tornam seus próprios deuses, elas naturalmente acabam dando toda preferência para si e nenhuma para os outros. Elas colocam um valor mais elevado na expressão própria do que em atos de bondade para com os outros, porque elas creem que suas próprias opiniões e sentimentos importam mais.
E as ideias e atitudes politicamente corretas de hoje se tornaram um tipo de alternativa secular para a velha virtude cristã da cortesia. Mas essas ideias e atitudes politicamente corretas estão sendo promovidas e praticadas na maior parte pelos mesmos indivíduos que desejam expulsar os valores cristãos da esfera pública.
Então, terminamos com uma estranha dicotomia: uma sociedade cheia de pessoas que, ao mesmo temo, condenam o ódio e cospem ódio.
Veja o exemplo, nota Gina, do colunista Dan Savage, que foi o primeiro a propor um projeto para ajudar adolescentes que sofrem bullying. Mas nessa mesmíssima coluna, ele fez grosseiros comentários sexuais acerca de uma mulher conservadora na política.
Ou veja o exemplo do “Rally to Restore Sanity” (Comício para Restaurar a Sanidade Mental) no National Mall — um comício que todos esperavam ser de moderação e razão. Mas um dos cantores em destaque, Cat Stevens, que se converteu para o islamismo, certa vez apoiou a convocação do Aiatolá Khomeini para que o novelista Salman Rushdie fosse assassinado.
As pessoas se conduzem desse jeito com cara de pau, nunca nem mesmo reconhecendo sua própria hipocrisia. Elas se esqueceram do que é a verdadeira cortesia e o que ela requer de nós — e o motivo disso é porque se esqueceram, ou rejeitaram, a cosmovisão cristã.
Entenda: a virtude da cortesia tem raízes na ideia da imagem de Deus, o conceito de que cada um de nós foi criado à imagem de um Deus amoroso. É isso o que dá a cada e toda pessoa dignidade e torna cada um de nós digno de respeito.
É por isso que na epístola de Tiago lemos: “Com [a língua] bendizemos a Deus e Pai, e com ela amaldiçoamos os homens, feitos à semelhança de Deus… Meus irmãos, não convém que isto se faça assim.” Lamentavelmente, na cultura tóxica em que vivemos, nós cristãos muitas e muitas vezes nos esquecemos disso e acabamos nos conduzindo como o restante do mundo. Pela graça de Deus, nosso comportamento tem de ser melhor.
Para recuperar a virtude perdida da cortesia, nós que entendemos que todo ser humano foi feito à imagem de Deus precisamos dar o exemplo — e orar para que outros sigam nossa iniciativa.
Este artigo foi reproduzido com permissão de breakpoint.org
Traduzido por Julio Severo: www.juliosevero.com
Veja também este artigo original em inglês: http://www.lifesitenews.com/news/embracing-courtesy
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