14 agosto 2016

LIÇÃO 7 - O EVANGELHO NO MUNDO ACADÊMICO E POLÍTICO

Paz do Senhor, queridas!!

Neste domingo (14/08), estaremos estudando a lição 7, que certamente será de muita valia para nossa classe, considerando que praticamente todas as alunas frequentam ambientes acadêmicos.
Para enriquecer nosso estudo, disponibilizamos aqui o subsídio da lição elaborado pela Superintendência das EBDs de nosso estado.
Que o Senhor nos ajude a sermos luz do mundo e sal da terra onde quer que estejamos!!

* * *


  Igreja Evangélica Assembleia de Deus em Pernambuco
Superintendência das Escolas Bíblicas Dominicais
Pastor Presidente: Aílton José Alves
Av. Cruz Cabugá, 29 – Santo Amaro – Recife-PE / CEP. 50040 – 000  Fone: 3084 1524

LIÇÃO 07 – O EVANGELHO NO MUNDO ACADÊMICO E POLÍTICO
3º TRIMESTRE DE 2016 (Dn 2.24-28)

INTRODUÇÃO
            Nesta lição trataremos de alguns desafios específicos quando tentamos evangelizar universitários e pessoas que ocupam cargos políticos. Falaremos também de que é necessário anunciar o Evangelho de forma estratégica a fim de que a mensagem de Cristo possa alcançar o coração dos pecadores nestes lugares; e, por fim, destacaremos a pessoa do apóstolo Paulo como um missionário que cumpriu o seu chamado de evangelizar os povos, alcançando tanto leigos como intelectuais, tanto plebeus como reis e magistrados.

I - A UNIVERSIDADE E O MUNDO ACADÊMICO NA HISTÓRIA BÍBLICA
            Pode parecer sem sentido falar-se em universidade na Bíblia; mas, há referências que indicam a existência de pessoas que tinham estudos de “nível superior” para sua época, mesmo que não houvessem instituições formais de ensino universitário nos moldes que a conhecemos hoje. Vejamos alguns exemplos de personagens bíblicos que se destacaram em sua “vida universitária”:

1.1 Moisés. O líder do êxodo “foi instruído em toda a ciência dos egípcios, era poderoso em palavras e obras” (At 7.22). Certamente, Moisés tinha obtido instrução de nível superior no Egito, e segundo Filo, historiador judeu do 1º século, citado por Norman (2005, Vol 3, p.149), “Ele conhecia (...) as ciências como astronomia, medicina, matemática, filosofia religiosa(...)”  “(...) acrescendo-se ainda a aritmética, geometria, todo ramo de música, os hieróglifos, e os idiomas assírio e o caldeu”. Moisés era um homem erudito, tendo a qualificação necessária para ocupar o trono egípcio, como “filho da filha de Faraó” (Hb 11.24).

1.2 Os jovens hebreus. Daniel e seus três companheiros exilados em Babilônia, foram escolhidos não só por serem das famílias reais e nobres hebraicas, mas por possuírem qualificações acadêmicas(...) instruídos em toda sabedoria, doutos em ciências, versados no conhecimento e que fossem competentes para assistirem no palácio do rei(...)” Dn 1.4,.  Daniel também possuía habilidades político-administrativas, foi estadista durante o governo de Nabucodonosor (Dn 2.48,49), Belsazar (Dn 5.29) Dario, o medo, e Ciro, o persa (Dn 6.28). Após passarem pela prova de sua fé, não se contaminando com o manjar do rei, os moços hebreus receberam de Deus qualificações espirituais “conhecimento e inteligência em toda a cultura e sabedoria, mas a Daniel deu inteligência de todas as visões e sonhos” (Dn 1.17). Daniel e seus três amigos foram reeducados cientificamente na língua e na cultura dos caldeus (Dn 1.4), nos textos cuneiformes em acádio, uma vasta gama de resumos sobre religião, magia, astrologia e ciências, além de falarem e escreverem em aramaico. E mesmo assim, tiveram uma vida e uma carreira acadêmica de testemunho.

1.3 Jesus entre os doutores de Israel. O adolescente Jesus, aos 12 anos de idade, teve a oportunidade singular de, com a sabedoria divina, confundir os doutores e sábios de Israel (Lc 2.46-47). Os doutores de Israel eram, sem dúvida, pessoas de nível “universitário” para a sua época. O menino Jesus os sobrepujou em tudo, pois crescia “em sabedoria, em estatura e em graça para com Deus e os homens” (Lc 2.52).

1.4 O apóstolo Paulo. Devemos, também, considerar a ascendência “universitária” judaica de Paulo (Fp 3.5). Na escola da sinagoga o menino começava a ler as Escrituras com apenas cinco anos de idade, aos dez anos, estudou a Mishna com suas interpretações emaranhadas da Lei. Assim, ele se aprofundou na história, nos costumes, nas Escrituras e na língua do seu povo (falava hebraico, grego, aramaico e latim). Passou em Jerusalém sua juventude “aos pés de Gamaliel”, onde foi instruído “segundo a exatidão da lei...” (At 22.3; 26.4). Gamaliel era neto de Hillel, um dos maiores rabinos judeus. Segundo a profecia de Atos 9.15 o público para quem Paulo foi enviado incluía as autoridades políticas “[...] para levar o meu nome diante dos gentios, e dos reis [...]”.

II – PAULO, UMA TESTEMUNHA DE CRISTO NO MUNDO POLÍTICO E ACADÊMICO
            Embora servos de Deus como: José e Daniel deram testemunho da sua fé em Deus diante dos governantes (Gn 41.16,25,28,32; Dn 2.27,28,37,44,45; 4.27; 5.22,23), destacaremos aqui a vida do apóstolo Paulo. Mesmo sem dispor de Rádio, Televisão, Internet e meios de transportes modernos, ele pôde ganhar milhares de vidas para Cristo. Segundo a profecia de Atos 9.15 o público para quem Paulo era um público vasto, que incluía as autoridades políticas “[...] para levar o meu nome diante dos gentios, e dos reis [...]”. Este nobre servo do Senhor foi um missionário exemplar, levando a mensagem aos que estavam no mundo acadêmico e político, como podemos ver abaixo:

2.1 No mundo político. O registro de Atos nos mostra Paulo pregando para o procônsul Sérgio Paulo, em sua primeira viagem missionária (At 13.1-3,7). Aquela autoridade ao ouvir a mensagem do evangelho creu no Senhor (At 13.12). Em Cesaréia Paulo também testemunhou de Cristo as autoridades políticas (At 26.1-32). Ele fora para lá para ser julgado, visto que as autoridades judaicas queriam a sua morte (At 25.14,24; 26.21). Quando trazido a presença dos magistrados, o apóstolo foi autorizado a dar o seu depoimento (At 26.1). Aproveitando a oportunidade o servo do Senhor, testemunhou da sua fé da seguinte forma:  (a) Paulo falou educadamente (At 26.1-3); (b) Paulo relatou a sua transformação, por meio do evangelho (At 26.4-12); (c) Descreveu sua experiência com Jesus no caminho de Damasco (At 26.13-19); e, (d) Pregou o evangelho a todos os presentes (At 26.20-32).

2.2 No mundo acadêmico – Paulo em Atenas (Atos 17). A cerca de Atenas nos diz Beacon (2006, p. 340)  “Atenas foi o maior centro de cultura e educação da antiguidade. A escultura, a literatura e a oratória de Atenas, nos séculos V e IV a.C., nunca foram ultrapassadas; também na filosofia ela ocupava um lugar de liderança, sendo a terra natal de Sócrates e de Platão, e o lar adotivo de Aristóteles, Epicuro e Zeno. Assim como Roma, Atenas ainda é uma das grandes capitais do mundo”. Lucas, nos registra qual a reação de Paulo diante desta importante cidade da Grécia: (a) Paulo viu a sua idolatria (At 17.16-b); (b) Paulo se comoveu por tal situação de ignorância (At 17.16-a); (c) Paulo pregou o evangelho (At 17.17,18). Em sua pregação Paulo se dirige aos judeus na sinagoga e na praça com os gentios (At 17.17). Quando levado ao Areópago, Paulo prega para dois grupos de filósofos chamados de epicureus e estóicos, sobre a revelação de Deus (At 17.30,31).

III – COMO PREGAR NO MUNDO ACADÊMICO E POLÍTICO
            A Bíblia não somente orienta-nos a pregar o evangelho como também nos ensina a forma como devemos pregar. É preciso usar estratégias a fim de que a preciosa mensagem de Cristo alcance os corações dos ouvintes. Vejamos algumas formas com as quais podemos anunciar o evangelho nos ambientes acadêmico e político:

3.1 Ter consciência que há uma estratégia especifica para alcançar cada segmento social. Paulo nos diz “Porque, sendo livre para com todos, fiz-me servo de todos para ganhar ainda mais. E fiz-me como judeu para os judeus, para ganhar os judeus; para os que estão debaixo da lei, como se estivesse debaixo da lei, para ganhar os que estão debaixo da lei. Para os que estão sem lei, como se estivesse sem lei (não estando sem lei para com Deus, mas debaixo da lei de Cristo), para ganhar os que estão sem lei. Fiz-me como fraco para os fracos, para ganhar os fracos. Fiz-me tudo para todos, para por todos os meios chegar a salvar alguns. E eu faço isto por causa do evangelho, para ser também participante dele (1Co 9.19-23).

3.2 Com a própria vida (1Pe 3.1). Nenhum testemunho acerca de Cristo é tão impactante na evangelização quanto o testemunho pessoal (Mt 5.13-16). Pedro nos ensina que a melhor defesa não é uma argumentação veemente, mas um bom procedimento em Cristo, o testemunho silencioso de uma vida santa centrada no Senhor Jesus (1Pe 1.14-16; 2.12). Pois, de nada adiantará pregarmos a mensagem de Cristo senão reproduzirmos no dia a dia, os traços do seu caráter em nosso comportamento (Tt 3.8; Tg 2.12; 1Jo 2.6). Os universitários cristãos devem produzir frutos dignos de um salvo, como também aqueles que estão assumindo cargos públicos a fim de que o Nome do Senhor seja glorificado (Mt 5.16; 1Co 10.31;  1Pe 3.15).

3.3 Com respeito e mansidão (Tt 3.2; 1Pe 3.15). Isso implica em respeito as autoridades, professores, políticos, etc. Jesus sabia lidar com as pessoas (Jo 4.6-10). O apóstolo Pedro nos recomenda agir da mesma forma, quando as pessoas perguntarem o motivo da nossa crença “[…] e estai sempre preparados para responder com mansidão e temor a qualquer que vos pedir a razão da esperança que há em vós”.

3.4 Com sabedoria (Cl 4.5). Além de mansidão e respeito, precisamos ter sabedoria para comunicar o evangelho de Cristo. O termo grego para ‘sabedoria’ é ‘sophia’ e significa: “habilidade nas questões da vida”, “sabedoria prática”, “administração sábia e sensata” ou “uso correto do conhecimento” (Lc 21.15; At 6.3; 7.10; Cl 1.28; 3.16; 4.5)” (STAMPS, 1995, p. 1926). Esta encontra-se a disposição daquele que busca em oração (Ef 1.17; Tg 1.5). O apóstolo Tiago diz que a sabedoria divina é “[…] primeiramente pura, depois pacífica, moderada, tratável, cheia de misericórdia e de bons frutos, sem parcialidade, e sem hipocrisia” (Tg 3.17). Jesus prometeu aos seus seguidores que lhes daria sabedoria para responder acerca da sua fé, quando fossem questionados (Mt 10.17-20).

3.5 Com Equilíbrio (2Tm 4.5). Paulo recomenda a Timóteo “(...) Sê Sóbrio em todas as coisas, suporta as aflições, faze o trabalho de um evangelista, cumpre cabalmente o teu ministério”. É preciso equilíbrio para que no testemunho verbal, possamos esperar o momento certo, para trazermos a palavra certa, e assim, produzir o efeito desejado (Pv 25.11; Ef. 4.29); Ser equilibrado é ter a maturidade cristã necessária para esse tipo de evangelismo específico.

3.6 Com Humildade (Jo 13; Fl 2.3). A humildade é a atitude fundamental na vida do cristão, pois ela demonstra como vivenciamos nossa fé e a testemunhamos em meio a sociedade. Jesus foi o nosso maior exemplo de humildade (Mt 11.28-30; Jo 13; Fl 2.6-8); Pedro nos recomenda humildade (1Pd 5.5), a Igreja primitiva servia ao Senhor com simplicidade e singeleza de coração (At. 2.46). A humildade nos leva a reconhecer os outros superiores a nós mesmos (Fp 2.3) e a reconhecer nossa pequenez diante de Deus (Jó 42.2; Rm 15.18,19; 2Co 3.5; 4.7).

3.7 Com Oração e Jejum (Dn 6.10; 9.4; 10.2,3; 1Ts 5.17; 1Tm 2.1,2; Mt 6.16,17; 17.31; Mc 14.38;  Lc 5.33-35). Toda obra evangelística requer uma preparação espiritual, portanto Orar e Jejuar é atividade primordial para alcançarmos qualquer vida sem Cristo. Pois travamos uma batalha espiritual diária contra as forças das trevas (Ef. 6.12; 1 Pe 5.8), por isso precisamos estar preparados (Ef. 6.10,11,13-18; 1Pd 5.9).

3.8 Na dependência do Espírito e no poder de Deus (Jo 16.13; 1Co 2.4,5; 2Co 3.5; Ef. 5.18; 6.19,20). O apóstolo Paulo não procura fazer uso de seu conhecimento filosófico para ganhar os coríntios que eram influenciados pela filosofia grega, antes, Na dependência do Espírito, procurava apresentar a Cristo no poder do Espírito Santo, pois Cristo é o Poder de Deus e Sabedoria de Deus (1Co 1.24).

CONCLUSÃO 
            Sem sombra de dúvidas, a evangelização é uma tarefa desafiadora. Ainda mais quando se trata de testemunhar de Cristo no mundo acadêmico e político. Faz-se necessário que nós cristãos saibamos de forma prudente comunicar as Boas Novas de salvação da forma correta, mostrando aos acadêmicos e aos políticos que, ser cristão não é cometer suicídio intelectual; que fé e a razão são convergentes, não excludentes.

REFERÊNCIAS
·       EARLE, Ralph. Comentário Bíblico Beacon. Vol 07. CPAD.
 

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