26 junho 2018

O tempo e o modo de Deus

Paz do Senhor!

Hoje eu estava lendo o livro de Charles Swindoll, a série Heróis da Fé - Moisés, um livro riquíssimo!

Um trecho do livro chamou muito a minha atenção e me fez lembrar de vocês e da fase da vida tão decisiva em que estão. Leiam e sejam edificadas como eu fui!

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UM PROCEDIMENTO ENERGIZADO PELA CARNE


E aconteceu naqueles dias que, sendo Moisés já homem, saiu a seus irmãos, e atentou para as suas cargas; e viu que um egípcio feria a um hebreu, homem de seus irmãos. E olhou a um e a outro lado e, vendo que não havia ninguém ali, matou ao egípcio, e escondeu-o na areia.
Êxodo 2:11,12

Moisés prendeu o homem com um hábil golpe de lança? Atacou-o com uma espada, pelas costas? Golpeou-o com um soco mor­ tal desferido com sua poderosa mão? A Bíblia não diz. Contudo, fica claro que a idéia era de Moisés e foi posta em prática por ele, energizado pela carne. Não se lê em lugar algum que Deus disse a Moisés: “Interfira nessa situação e endireite as coisas”. A decisão foi dele. Olhou para um lado e para o outro... depois reagiu rápida e violentamente. 

Uma vez estabelecido esse fato, precisamos ser cautelosos aqui. Não devemos precipitar-nos e criticar os motivos do coração desse jovem.

Estou convencido de que o objetivo de Moisés não era apenas aparecer. Creio que sua sinceridade era completa. Ele não se consi­ derou tanto um assassino de um feitor cruel, mas alguém que cora­ josamente saía em defesa do povo de Deus. O desejo de agir corretamente o dominou. Seu problema? Ele se dedicou à vontade de Deus, mas não ao Deus dessa vontade. 

Reflita sobre esse pensamento. Você e eu podemos nos tornar tão dedicados à vontade de Deus, tão dirigidos por um falso sentido de propósito, que podemos sem querer tomar as rédeas do assunto e deixar Deus completamente fora dele. Você já fez isso? 

Aquele feitor cruel devia ser castigado? Sim. Foi errado espancar o hebreu como fez? Claro que sim. Mas quando Moisés interferiu e começou sua Operação Livramento pessoal, ele foi energizado pela carne e não pelo Espírito. 

Isso facilmente acontece com pessoas boas, homens e mulheres com os mais elevados motivos e as melhores intenções. Imagine este quadro: você é um professor talentoso e altamente qualificado. Em seu coração, você anseia por estar outra vez diante de uma classe. Com toda a sua alma, deseja sentir novamente a mesa do professor debaixo de suas mãos e a mente dos alunos pronta para absorver seus conhecimentos. De repente surge uma oportunidade inesperada. Se não tiver cuidado, meu amigo, você vai se achar abrindo caminho às cotoveladas na direção dessa “porta aberta”. 

No entanto, durante todo o tempo, Deus aguarda que procure seu conselho. Se agir sem prestar atenção ao tempo dele, pode per­ der o consentimento do favor divino. Ele não vai abençoar o que não ordenou. Você pode sentir realmente que Deus tem algo para você fazer em determinada área. Mas se não ficar vigilante, se não se humilhar diariamente diante dele, buscar sua face, discernir o tempo dele, operar sob o controle do Espírito, pode forçar e mani­ pular prematuramente a entrada naquele caminho onde Deus o queria, mas não chegará no tempo dele. 

Essa questão do tempo de Deus é crítica! Uma heroína bíblica subseqüente, que compreendia muito bem qual era seu papel crucial, certa vez perguntou a um amedrontado filho de Deus: “Quem sabe separatalconjunturacomoestaéquefosteelevadaarainha?(Et4:14) O apóstolo Paulo aprofundou nossa apreciação desse mistério quan­ do escreveu sobre o nascimento de Cristo, “vindo, porém, aplenitude do tempo, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei, para resgatar os que estavam sob a lei, a fim de que recebêssemos a adoção de filhos” (G14:4-5). No tempo certo, bênçãos incontáveis! Mas no tempo errado... 

Moisés olhou para um lado e para o outro, não é interessante? Mas ele não olhou para cima, olhou? Olhou em ambas as direções, horizontalmente, deixando a vertical de fora. O que ele fez com os resultados de sua ira assassina? As Escrituras dizem: “...o escondeu (o egípcio) na areia”. 

Quando se age baseado na carne, existe invariavelmente algo a ser ocultado. Você tem de enterrar seu motivo. Tem de esconder um contato feito para manipular o plano. Tem de encobrir uma mentira ou meia-verdade. Tem de voltar atrás numa vaidade. É preciso cobrir o cadáver que seu procedimento carnal criou. É só uma questão de tempo até que a verdade apareça. A areia sempre revela seus segredos. 

Essa é uma boa ocasião para enfatizar que os capacitados e talentosos são também vítimas da vulnerabilidade. Os altamente qua­ lificados vivem à mercê do ataque sutil do inimigo — aquele adver­ sário que o incita a agir na carne, a fazer a coisa certa na hora errada. E como ele opera? A maioria de nós já conhece a estratégia. 

Você se sente movido por uma sensação de necessidade. Faz um juramento insensato, como Jefté, e vive para lamentá-lo pelo resto de seus dias. Apressa o processo, como fizeram Abrão e Sarai, e acaba mais tarde com um Ismael nas mãos, zombando do produto da promessa. 

O conselho de Deus, o tempo de Deus, são negligenciados e você interfere para manobrar as coisas. No final, acaba se encrencando. Fica com um cadáver, uma enxada nas mãos e uma sepultura rasa a seus pés. 

Sabe o que é estranho nisso tudo? A maioria de nós não tem muito jeito para encobrir as coisas. Fico surpreso ao ver que Moisés nao soube sequer enterrar direito um egípcio. Ele simplesmente fa­ lhou em cobrir o morto como devia. 

O que dizer, porém, depois de muitos anos, quando Deus to­ mou o controle e Moisés agiu de acordo com o tempo dele? Deus soube cobrir os egípcios? Deus sepultou o exército inteiro deles sob o mar Vermelho, cavalos, armas, carros e tudo o mais! Quando Deus participa, o trabalho sai. Com o Senhor na direção, o fracasso foge. 

Quando a carne governa, entretanto, você não pode sequer en­ terrar as conseqüências. Elas o perseguem! É por isso que Moisés “olhou de uma banda e de outra banda”. Ao operar na carne, ele tinha de verificar se a retaguarda estava livre antes de agir. Mas foi apanhado!


(C. Swindoll) 












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