06 dezembro 2014

Queridos(as) leitores(as)!
A paz do Senhor!

Convidamos a todos à Escola Dominical de amanhã, na qual estudaremos a lição "As setenta semanas", baseada em Daniel 9. 
Para ajudar você no estudo da lição, colocamos aqui o material preparado pela Superintendência das EBDs da nossa igreja (IEAD/PE). Cremos que servirá de grande auxílio na compreensão desse assunto tão importante!


LIÇÃO 10 – AS SETENTA SEMANAS - 4º TRIMESTRE 2014
(Dn 9.20-27)

INTRODUÇÃO
Em Daniel 9.3-27 vemos a oração do profeta para que Deus desse início ao regresso de seu povo do cativeiro
babilônico. Diante do clamor insistente de Daniel, Deus lhe envia um mensageiro angélico com a resposta da sua petição,
mostrando-lhe o panorama profético por Deus estabelecido para restaurar completamente a nação de Israel.

I – O CENÁRIO HISTÓRICO DA PROFECIA
“No ano primeiro de Dario, filho de Assuero, da linhagem dos medos, o qual foi constituído rei sobre o reino
dos caldeus” (Dn 9.2). “A expressão “No primeiro ano de Dario […] constituído sobre o reino dos caldeus” nos mostra
que Daniel não o confunde com Ciro. Ele (Dario) não era constituído rei sobre o império medo-persa, mas apenas sobre a
Babilônia. Este registro histórico data aproximadamente de 539-538 a.C., sessenta e sete anos depois de Daniel ter sido
levado no verão de 605 a.C.; cerca de cinquenta e nove anos do começo do cativeiro do Rei Jeoaquim (II Cr 36.9,10;
Ez 1.1); um pouco menos que cinquenta anos a partir da destruição final de Jerusalém em 586 a.C. Isto explica o interesse
de Daniel em Jerusalém (Dn 9.2). Ele imaginou que o tempo já estava sendo contado” (MOODY, sd, p. 57).

II – A ATITUDE DE DANIEL ANTE O TÉRMINO DO CATIVEIRO DE JUDÁ
O texto de Daniel capítulo 9 nos mostra que o profeta desejou compreender melhor a vontade de Deus a cerca do
povo de Israel. Para tanto, ele resolveu tomar duas sábias decisões:

2.1 Examinou a profecia a cerca da restauração do povo (Dn 9.2). “Daniel possuía uma biblioteca, cujos livros ele
estudava. Ele menciona aqui, no versículo 2, as profecias de Jeremias. A profecia de Jeremias, em apreço, diz: “Toda esta terra
virá a ser um deserto e um espanto; estas nações servirão ao rei de Babilônia setenta anos. Acontecerá, porém, que, quando se cumprirem os setenta
anos, castigarei a iniquidade do rei de Babilônia...” (Jr 25.11,12). Esse rei de que fala a profecia já fora castigado (Dn 5). Daniel
considerava então que já estava no tempo para terminarem as “assolações de Jerusalém”, a qual continuava destruída”
(GILBERTO, 2010, p. 45 – acréscimo nosso) .

2.2 Daniel intercedeu pela restauração do seu povo (Dn 9.3). A oração, na vida de Daniel, era um costume regular. No
seu aposento de janelas abertas, na direção de Jerusalém, ele podia ser encontrado orando três vezes por dia (Dn 6.10).
“Nesse tempo desta oração, quase setenta anos que Daniel fora levado para o cativeiro. Ele tinha mais de oitenta anos de
idade, e breve iria “pelo caminho de toda terra”. Mas o coração ainda ardia pela revificação espiritual da obra do Senhor,
pelo retorno do povo de Deus à terra da promessa, pela reedificação da cidade querida e pela reconstrução do seu Templo
em ruínas” (BOYER, p. 73, 2009).

III – CONSIDERAÇÕES ACERCA DAS SETENTA SEMANAS REVELADAS A DANIEL

3.1 O sentido da profecia. A profecia das setenta semanas foi dada a Daniel, esta diz respeito ao futuro IMEDIATO e
ESCATOLÓGICO de Israel. Enquanto Daniel, orava, no período de três da tarde (Dn 9.21), um anjo, chamado Gabriel,
foi enviado por Deus para lhe entregar uma mensagem explicativa “Daniel, agora saí para fazer-te entender o sentido”
(Dn 9.22-b). “O anjo apresenta a profecia no sentido completo, e depois mostra a Daniel as suas divisões (Dn 9.24), que
são vistas nos versos 25 a 27. A recomendação a Daniel feita pelo anjo “considera, pois, a palavra, e entende a visão”
(Dn 9.23-b), foi, sem dúvida, por tratar-se de uma profecia cujo tema era de alcance muito vasto; ela alcança séculos e
milênios. Entre os hebreus, em lugar da palavra “semana” usava-se a palavra “shabua”. Em hebraico “shabua” significa,
literalmente, um “sete”. Pode ter o sentido de um “sete” de dias como também um “sete” de anos. Precisamente nesta
profecia tem o sentido profético de anos e não de dias (Nm 14.34; Ez 4.6) Assim sendo, estas “setenta semanas” são
setenta “grupos de sete anos”, ou seja, 490 anos (SILVA, 1986, p. 178 – acréscimo nosso).

3.2 O porque deste tempo de castigo. A Bíblia nos mostra que Deus puniu o seu povo com o cativeiro por pelo menos
dois motivos: (1) eles haviam dado as costas ao Senhor e serviram aos ídolos (Jr 3.13; 18.11; 19.13; 25.5,6; 35.15);
e, (2) os setenta anos de cativeiro sobre a nação foi para “que a terra se agradasse dos seus sábados; todos os dias da
desolação repousou, até que os setenta anos se cumpriram” (2 Cr 36.21). “Deus ordenou a Israel, no deserto, que
trabalhasse seis dias em sete e, semelhantemente, seis anos em sete (Êx 20.9,10; Lv 25.1-7). A guarda do sábado a risca
foi observada por Israel logo no deserto, e um homem foi morto porque o violou (Nm 15.32-36). A segunda ordem de
Deus para que se guardasse o ano sabático só entraria em vigor com a entrada da nação na terra prometida (Lv 25.2-4)
Isto significa que todo o “tempo pertence a Deus”. Durante esse ano de repouso, a terra não era lavrada, o fruto era livre,
e a confiança do povo em Deus era provada. Aprendemos de Deuteronômio 31.10-13, que este ano era empregado para
dar instrução religiosa ao povo. Durante os 490 anos da monarquia, esta lei não foi observada, como devia ter sido por 70
vezes. Por isso, foram dados ao povo 70 anos de cativeiro” (SILVA, 1986, p. 166).

IV – CRONOGRAMA JUDAICO DOS ACONTECIMENTOS PROFÉTICOS ACERCA DE ISRAEL
Além do cronograma gentio (Dn 2;7;8), Daniel também recebeu um cronograma judaico dos acontecimentos
proféticos sobre Israel (Dn 9). Essas profecias são muito mais exatas quanto aos anos e dias, e localizam os
acontecimentos principais da redenção e restauração de Israel. Esta profecia é o futuro de Israel no plano de Deus.

SEMANAS REFERÊNCIA BÍBLICA MOMENTO HISTÓRICO
1ª período (7 semanas – 49 anos)
“Sabe e entende: desde a saída da
ordem para restaurar e para edificar
Jerusalém até o ungido, o príncipe,
haverá sete semanas, e sessenta e duas
semanas: as praças e tranqueiras se
reedificarão, mas em tempos
angustiosos” (Dn 9.25).

As Setenta Semanas tiveram inicio com a ordem expedida por
Artaxerxes, em 445 a.C. para que os judeus voltassem à sua terra
e reconstruíssem o Santo Templo e reerguessem os muros de
Jerusalém (Ne 2.1-6). Nessas sete semanas, ou quarenta e nove
anos, puderam os judeus, sob a liderança de Neemias, Esdras,
Zorobabel, Ageu, Zacarias e o sumo sacerdote Josué, reaver parte
da glória que lhes tirara Nabucodonosor. Os tempos porém eram
de angústia, aflição e apertos.

2º período
(62 semanas – 434 anos)
“E depois de sessenta e duas semanas
será cortado o ungido, e nada lhe
subsistirá; e o povo do príncipe que há
de vir destruirá a cidade e o santuário,
e o seu fim será com uma inundação; e
até o fim haverá guerra; estão
determinadas assolações” (Dn 9.26).

Desde a reconstrução de Jerusalém até a morte do Cristo, passarse-
iam sessenta e duas semanas, ou seja: 434 anos. Este foi o
tempo transcorrido desde a ordem de Artaxerxes até a
crucificação do Filho de Deus. Apesar de algumas pequenas
divergências entre os vários estudiosos, a profecia cumpre-se de
maneira surpreendente. Em seguida, o profeta fala da destruição
de Jerusalém por Roma, o que se deu em 70 d.C.

3º período
(1 semana - 7 anos)
“E ele fará um pacto firme com muitos
por uma semana; e na metade da
semana fará cessar o sacrifício e a
oblação; e sobre a asa das abominações
virá o assolador; e até a destruição
determinada, a qual será derramada
sobre o assolador” (Dn 9.27).

Último período das Setenta Semanas, durante o qual terá lugar o
reinado do Anticristo e a Grande Tribulação. Esta semana será
inaugurada logo após o arrebatamento da Igreja (2 Ts 2.7;
Ap 3.11). Como as demais, terá a duração de sete anos; será
dividida em duas partes de três anos e meio cada: a primeira de
uma aparente paz e segurança; a segunda será marcada pela
Grande Tribulação (Ap 11.2,3, 12.6). No final dessa semana,
aparecerá o Senhor Jesus, juntamente com a sua Igreja, para
implantar na Terra o Reino Milenial.

V – O QUE ACONTECERÁ COM ISRAEL DURANTE A ÚLTIMA SEMANA DE 7 ANOS
“Essas semanas tratam das provações e sofrimentos pelos quais Israel terá de passar antes que o seu Libertador
apareça, para que, como diz o final do versículo 24 da profecia em estudo, os pecados de Israel tenham fim, e para trazer a
justiça eterna. Estas "semanas" não se referem à Igreja, mas a Israel. "Sobre o teu povo [o povo de Daniel], e sobre a tua
santa cidade" (a cidade de Jerusalém - v. 24)” (GILBERTO, 2010, pp. 48,49). 
Nesse período seriam realizados os seguintes seis importantes eventos (Dn 9.24): (a) “fazer cessar a transgressão”. Esta declaração indica por fim à rebelião secular de Israel contra Deus. Israel crucificou o Messias quando Ele chegou ao mundo, e consequentemente foi castigado. Sua incredulidade será transformada em fé à Segunda Vinda de Cristo, quando essa nação aceitará Jesus como Messias. Toda a nação “nascerá de novo” (Rm 11.25-29; Is 66.7-10; Ez 36.24-30); (b) “dar fim aos pecados”. Isto é, por um ponto final aos muitos pecados e à rebelião de Israel, evento que se realizará depois da Tribulação (Ez 36.24-30;
37.24-27; 43.7; Zc 14.1-21); (c) “expiar a iniquidade”. Realizar a expiação em favor desse povo espiritualmente perverso. Isso aconteceu na cruz do Calvário em favor do mundo todo, mas Israel, como nação, até hoje não se valeu dessa maravilhosa providência divina. Mas à vinda de Cristo, Israel se arrependerá dessa atitude (Zc 13.1-7; Rm 11.25-27); (d) “trazer a justiça eterna”. Isto é, a justiça que Cristo proveu pela morte na cruz (Is 9.6,7; 12.1-6; Dn 7.13,14,18,27; Mt 25.31-46; Rm 11.25-27); (e) “selar a visão e a profecia”. Isto é, chegar ao cumprimento das profecias concernentes a Israel e Jerusalém. Todos conhecerão ao Senhor, desde o menor até ao maior deles (Jr 31.34; Is 11.9); e, (f) “ungir o Santo dos Santos”. Está claro que isto significa a purificação do lugar santíssimo do templo dos judeus e a cidade de Jerusalém dos efeitos da “abominação da desolação” e demais sacrilégios praticados pelos gentios durante a Tribulação. Incluirá também a consagração do templo milenial previsto em (Ez 40-43; Zc 6.12,13).

CONCLUSÃO

Através das visões concedidas a Daniel, aprendemos que Deus não desistiu de Israel. Pelo contrário, Ele tem
estabelecido um plano onde irá restaurar física, moral e espiritualmente o Seu povo escolhido, cumprindo assim Suas
palavras anunciadas através dos Seus santos profetas.

REFERÊNCIAS
· ANDRADE, Claudionor Correia de. Dicionário de Escatologia Bíblica. CPAD.
· GILBERTO, Antonio. Daniel & Apocalipse. CPAD.
· OLSON, Nels Laurence. O plano divino através dos séculos. CPAD.
· PFEIFFER, Charles F. Comentário Bíblico Moody: Daniel. Editora Batista Regular.
· SILVA, Severino Pedro da. Daniel versículo por versículo. CPAD.

· STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.

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